quarta-feira, 30 de abril de 2014

Ex-árbitros da FIFA lembram experiências em Minas Gerais

Nem só de estádios, gramados bem cuidados, craques e grandes seleções vive uma Copa do Mundo. Para a realização do maior evento do futebol, milhares de profissionais estarão envolvidos. Alguns passarão despercebidos, outros serão o centro das atenções. Alguns trabalhadores preparam-se há anos. É o caso dos árbitros de futebol que, dentro das quatro linhas, são, por muitas vezes, os grandes vilões.
Para chegar à Copa do Mundo, ser um bom árbitro e cometer poucos erros, nenhum de preferência, não é suficiente. Para os que querem integrar o quadro de arbitragem da Fifa e ter a oportunidade de ir ao Mundial é necessário, entre outras coisas, conhecimento de línguas e passar pelo tão temido teste físico. Até chegar a esse patamar, os aspirantes passam por inúmeras etapas: cursos, jogos do futebol amador, campeonato estadual, nacional e, então, alcançam os campos internacionais, escalando degrau a degrau.
Segundo Adriano Gonçalves, secretário da Comissão de Arbitragem da Federação Mineira de Futebol (FMF), para ser árbitro é necessário saber bem mais que as 17 regras do futebol. “Nosso curso de formação tem duração de seis meses, com duas aulas teóricas e uma aula prática semanalmente”, explica. Expressão oral e escrita, psicologia do esporte e noções de primeiros socorros são alguns dos temas abordados no curso. “Temos ainda matérias de preparação física, preenchimento de súmulas e relatórios, legislação desportiva, nutrição esportiva e comunicação interpessoal na arbitragem”. De acordo com Gonçalves, cada aluno investe cerca de R$ 2.000 em capacitação.

O curso de arbitragem da FMF é realizado duas vezes por ano, com média de 25 alunos por turma. Desse total, cerca de 90% conseguem ser aprovados. “Alguns fazem o curso somente para currículo profissional, especialmente jornalistas e educadores físicos. Esses não seguem na arbitragem. Os demais que se formam e entregam a documentação solicitada são aproveitados”, observa.  

O início da carreira do árbitro se dá, obrigatoriamente, em categorias do futebol amador, infantil, juvenil e júnior. Se apresentar boas atuações, o árbitro passará a atuar em jogos da divisão principal do futebol mineiro. “Avaliamos também o rendimento do profissional em provas teóricas e físicas propostas pela Federação duas vezes por ano. O tempo que leva da formação à atuação em jogos do Módulo I é de cerca de cinco anos, mas isso depende de cada um, pode demorar mais, ou menos”, diz o secretário.

Atualmente, o quadro da entidade é composto por 65 árbitros e 94 auxiliares, popularmente conhecidos como bandeirinhas. Para as duas funções, o curso de formação é o mesmo. “O curso vale pra ambos e todos começam como assistentes no início e, ao longo da atuação, são feitos trabalhos específicos para aqueles que queiram passar a árbitro principal”. A presença de mulheres na arbitragem tem se tornado comum nos últimos anos. Na Federação Mineira, no entanto, elas ainda são poucas. “Temos nove mulheres no quadro, mas apenas uma atuando em jogos profissionais. As demais estão em jogos amadores ou de base”, contextualiza.
Um árbitro na divisão principal do Campeonato Mineiro recebe, em média, R$ 1.500,00 por jogo apitado na fase classificatória da competição, podendo ganhar até 30% a mais se já tiver obtido o status de árbitro nacional, também alcançado pelo desempenho dentro das quatro linhas nos torneios estaduais.

Na maioria das vezes, o aspirante a árbitro começa na profissão por brincadeira, em jogos amadores, ou nas famosas peladas, onde é preterido por não ser um bom jogador e acaba assumindo o apito. Este, no entanto, não foi o caso do ex-árbitro Fifa Alício Pena Júnior. Campeão mineiro de futsal pelo time de Araguari, em 1986, ele pendurou as chuteiras em 1992 e começou a apitar aos 24 anos. “Em 1995, fiz o curso da FMF em Belo Horizonte. Apitei amador em Araguari, Uberlândia e região e, em 1998, comecei a atuar em competições da FMF”, lembra.

No ano seguinte, Pena Júnior já passou a integrar o quadro de árbitros da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), atuando em partidas das séries B e C do Campeonato Brasileiro. A estreia na primeira divisão aconteceu em 2001, no jogo Flamengo e Ponte Preta. O desempenho nos campeonatos nacionais resultou na indicação ao quadro da Fifa em 2003, aos 35 anos. Ser um bom árbitro, no entanto, não era suficiente para chegar ao nível internacional. “Na época, o candidato deveria estar cursando ou ter curso superior e falar outro idioma, inglês ou espanhol, basicamente as mesmas exigências da atualidade. O que mudou é a faixa etária de ingresso. A cada ano, a Fifa quer árbitros mais novos e preparados”, comenta.

No currículo, Alício Pena Júnior soma 350 jogos em competições da CBF. Ele atuou em vários campeonatos estaduais pelo país, no Campeonato Brasileiro das séries A, B, C e D, além da Copa do Brasil, Copa Libertadores da América, Copa Sul-Americana, Campeonato Sul-Americano de Seleções Sub-16 (2004), Pan-Americano do Rio de Janeiro em 2007 e Eliminatórias das Copas do Mundo de 2006 e 2010. Em 2013, na partida entre Internacional e Ponte Preta pelo Brasileirão, ele encerrou sua carreira. Aposentado dos gramados, ele se dedica a ensinar novos árbitros, exercendo a função de instrutor da Escola Nacional de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (ENAF-CBF). “Sou instrutor do programa de desenvolvimento de arbitragem da FIFA, assessor e delegado especial de arbitragem da CBF e membro da Comissão de Arbitragem da CBF”, lista.

Ao ser perguntado sobre o uso da tecnologia no futebol, Alício pondera. “No caso de determinação se a bola entrou ou não, entendo que seja uma medida benéfica ao jogo e aos árbitros. Nas decisões técnicas, que dependem de interpretação, entendo que não seja eficaz. Nesse ponto, a Fifa e as Confederações devem continuar a investir na qualificação dos oficiais de arbitragem para minimizar a possibilidade de erros”, argumenta.

Às vésperas da Copa do Mundo no Brasil, Pena Júnior afirma que a expectativa é de poucas falhas por parte dos juízes. “A Fifa vem preparando o grupo de árbitros que estará no Brasil desde a final da Copa do Mundo da África do Sul e agora é o momento deles justificarem o investimento e apresentarem um trabalho de altíssima qualidade na competição. Lógico que existe uma pressão, não somente sobre os árbitros, mas sobre os profissionais, de todos os segmentos que estão envolvidos com o Mundial. Torço para que a arbitragem esteja pronta para vencer mais esse desafio”, finaliza.

Representante brasileiro na Copa do Mundo de 1998 na França, o ex-árbitro mineiro Márcio Rezende de Freitas começou a exercer a profissão em 1983, aos 22 anos, no futebol amador. Em 1986, passou a integrar o quadro principal da FMF. “Na Federação tive uma ascensão bem rápida. Em 1988 já apitei a semifinal do Campeonato Mineiro. Fiz os testes para a CBF e passei em primeiro lugar no Brasil, nas provas física e teórica. Aí, me deram como prêmio entrar direto no quadro especial. Pulei o básico e já ganhei tempo. No mesmo ano, já apitei partidas dos módulos menores da CBF. Tanto que em 1989 fui promovido a aspirante Fifa”, conta Freitas sobre sua trajetória até se tornar árbitro internacional.

Em 1991, ele chegou ao quadro da entidade máxima do futebol. No ano seguinte, estreava nos gramados estrangeiros. As boas atuações no Campeonato Sul-Americano, no Paraguai, garantiram a escalação do mineiro para os Jogos Olímpicos de Barcelona, onde apitou a semifinal. Com a rápida evolução, a expectativa era de ir à Copa do Mundo de 1994, o que não aconteceu. A participação no Mundial seria concretizada em 1998, na França. “Naquele ano, o processo de escolha foi se arrastando e eu pensava que ficaria fora de novo”.

A preparação para a competição exigiu muito do árbitro.  “Fiz muitos treinamentos. Já trabalhava com um preparador físico de minha confiança. Quando fiz os testes físicos em Paris, foi muito tranquilo”, afirma. Na Copa, Rezende foi o árbitro do primeiro jogo da anfitriã França contra a África do Sul e relata as dificuldades enfrentadas na partida. “No dia do jogo, havia um vento de mais ou menos uns 60 km/hora, muito forte, e o som do meu apito era levado pelo vento. Os jogadores não escutavam. Tive que correr mais, para estar mais próximo das jogadas e eles escutarem”, lembra.

Para ele, apesar das dificuldades que podem vir com a grandeza do evento, o Mundial oferece ótimas condições aos árbitros. “Ao apitar uma Copa do Mundo, você tem todas as garantias para fazer o seu trabalho”.  Freitas foi apontado pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS) como o 34º melhor árbitro da história do esporte. Em 2005, ele se aposentou e, atualmente, é comentarista de televisão.

Para a Copa do Brasil, o ex-árbitro acredita na qualidade dos profissionais que virão ao país. “Os árbitros que virão ao Mundial são a elite da arbitragem. A preparação está cada vez mais forte. Os pilares mental, físico, técnico e social são exaustivamente trabalhados pela comissão de árbitros da Fifa. A falibilidade é parte integrante no ser humano, mas creio que teremos um Mundial com poucos erros da arbitragem”, diz.  

Trio brasileiro na Copa

A Fifa divulgou no mês de janeiro a lista dos 25 trios de arbitragem selecionados para a Copa do Mundo deste ano. O mineiro Sandro Meira Ricci, de 39 anos, filiado à Federação Pernambucana de Futebol, foi confirmado como o representante brasileiro no Mundial, ao lado dos auxiliares Emerson Augusto de Carvalho, 41, e Marcelo Van Gasse, 37. Sandro apitou, ao lado dos mesmos assistentes, a final do Mundial de Clubes entre Bayern de Munique e Raja Casablanca, no fim do ano passado.

Finais de Copa do Mundo

Em duas ocasiões, árbitros brasileiros estiveram no comando de finais da Copa do Mundo. Na Espanha, em 1982, Arnaldo Cézar Coelho foi o responsável pela arbitragem de Itália e Alemanha. No Mundial seguinte, foi a vez de Romualdo Arppi Filho apitar a decisão entre Argentina e Alemanha, no México.

sábado, 26 de abril de 2014

Matheus fala sobre a arte de ser goleiro

Em um esporte dominado pelos pés, ele é o único que pode jogar com as mãos. Há quem diga que onde ele pisa não nasce grama. Com a missão de atrapalhar o momento de maior felicidade do futebol, é fato que a vida de goleiro não é fácil. Ele é obrigado a se vestir de forma diferente dos demais companheiros, mas é o único que tem um dia para homenageá-lo. O dia do goleiro é comemorado neste sábado, 26 de abril.
A data foi escolhida por ser o dia do nascimento do mítico goleiro Manga. Aílton Corrêa Arruda, considerado um dos melhores goleiros da história, começou no Sport Recife em 1957 e, depois, defendeu o Botafogo; o Nacional, do Uruguai; o Internacional, de Porto Alegre; o Coritiba, de Curitiba; o Grêmio, de Porto Alegre; o Operário, do Mato Grosso do Sul e, por fim, o Barcelona do Equador, encerrando sua carreira em 1982. Na Copa de 1966, Manga jogou uma única partida, contra Portugal, ao substituir Gilmar dos Santos Neves, mas não teve sorte. Os portugueses venceram por 3 a 1 e o Brasil, eliminado, voltou mais cedo para casa. A data comemorativa foi oficializada em 1976.
Dos goleiros que defendem os times mineiros, o goleiro Matheus entra em campo mais uma vez com a camisa 1 do América-MG diante do Ceará, no Independência, em jogo válido pela segunda rodada da série B do Campeonato Brasileiro , na noite deste sábado. Eleito o melhor jogador da posição no Campeonato Mineiro, ele sabe da responsabilidade que carrega.
Aos 21 anos, Matheus assumiu o posto de dono do gol americano em 2012. No último dia 23 de março, ele chegou à marca de 50 jogos com a camisa do Coelho no clássico diante do Atlético pela semifinal do Mineiro. Ágil, firme e com excelente saída de bola o atleta tem se destacado e despertado a cobiça de vários clubes.
A carreira iniciada na equipe Santa Tereza, de Belo Horizonte, aos 8 anos de idade, poderia ter tomado outros rumos. Matheus chegou a tentar a sorte como zagueiro, mas não deu certo. “Deus me deu o dom de ser goleiro, o que faz eu me sentir feliz e privilegiado. Ainda que pudesse, não mudaria de posição”, garante.
A inspiração para atuar sob as traves, no entanto, não vem de nenhum outro goleiro, mas do irmão, o meia Moisés, revelado pelo América-MG, que atualmente joga no HNK Rijeka, da Croácia. “Desde o começo, quem me inspirou, me ajudou, foi meu irmão. Ele não é goleiro, mas é nele que me inspiro, me espelho”.
Campeão do Campeonato Brasileiro Sub-20 em 2011, Matheus foi eleito melhor goleiro e craque da competição. Para ele, o segredo do sucesso é gostar do que faz. “Ser goleiro é muito prazeroso, é muito gostoso, é gratificante. Mas também é uma profissão de grande responsabilidade. Tenho que estar sempre treinando, sempre me esforçando para, cada dia mais, ajudar o time”, conta. Além da preparação nos treinamentos, há ouras características importantes para o exercício da função. “Para ser um bom goleiro é necessário agilidade, um bom reflexo e estar sempre concentrado durante o jogo. Acho que isso é fundamental para um goleiro”, afirma.
Vida de goleiro não é fácil e todos sabem. Uma série de defesas salvadoras em uma partida podem ser esquecidas se, nos últimos segundos de jogo, o camisa 1 falha e permite o gol adversário. A tarefa de guardar a meta, no entanto, pode ser dificultada. Atacantes com faro de gol são verdadeiros carrascos. Para Matheus, Fábio Júnior, atualmente no Minas Boca, foi o adversário que lhe provocou pesadelos. “O Fábio é um grande amigo, um pai para mim dentro do futebol e, por saber da história vitoriosa, do currículo que ele tem, me causou preocupação enfrentá-lo”, confessa.
Para a Copa do Mundo, Matheus acredita que Felipão terá facilidade em convocar os jogadores da posição. “Estamos muito bem servido de goleiros. Espero que os convocados façam uma excelente Copa do Mundo, assim como toda a Seleção e conquistem a taça para o Brasil”.

Recordista de partidas
É de um goleiro o recorde de partidas disputadas com a camisa do América-MG. Marco Antônio Milagres atuou com a camisa alviverde entre 1991 e 2001, totalizando 369 jogos. Atualmente, Milagres é técnico da equipe sub-20 do Coelho e foi o comandante da campanha vitoriosa do Campeonato Brasileiro da categoria, que revelou o goleiro Matheus.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Inscrições para ICMS Esportivo terminam no dia 30 de abril

Os municípios interessados em receber recursos do ICMS Esportivo têm até o dia 30 de abril para se cadastrarem no sistema. O primeiro passo é comprovar que o Conselho Municipal de Esportes esteve ativo no ano de 2013. Em seguida, devem ser inseridos documentos comprobatórios de atividades e eventos esportivos realizados no mesmo ano, nos termos da Resolução SEEJ Nº 13 /2013.
As informações e documentos já cadastrados pelos municípios no antigo sistema estão disponíveis na nova versão. As informações sobre os conselheiros e eventos necessitarão ser cadastradas novamente, caso já tenham sido inseridas no ano passado.
A equipe da Secretaria de Estado de Turismo e Esportes (Setes), responsável por indicar os locais aptos a receber o benefício e definir os valores repassados, analisará os documentos e informações enviadas e, oportunamente, divulgará os resultados.
O ICMS Esportivo foi criado pela Lei 18.030/09 com o objetivo de fomentar a organização da política esportiva dos municípios por meio da demanda de relatórios anuais sobre as atividades voltadas ao desporto realizadas no período e a participação popular, por meio dos conselhos municipais de esporte.
Por este critério, 0,1% de todo o ICMS a ser repassado pelo Estado é distribuído aos municípios. Desde sua primeira edição, em 2009, o número das cidades que pontuam no programa é crescente. No primeiro ano, 94 municípios mineiros foram beneficiados e, no último levantamento, feito em 2012, 286. Essa pontuação resultou na ampliação da oferta e diversificação do esporte, beneficiando até agora mais de 782 mil pessoas. A previsão, segundo a Setes, é que as cidades mineiras que executaram as ações em 2012 e as comprovaram em 2013 dividam, em 2014, um total estimado de R$ 7,5 milhões.
 Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail icms@esportes.mg.gov.br.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Jogos de Minas completam 30 anos de valorização ao esporte

Uma história que começou em 1985 tem continuidade nesta semana. Vai começar a 30ª edição do Programa Minas Olímpica Jogos de Minas. Criado com o nome de Jogos do Interior de Minas – Jimi, o evento tinha o objetivo de valorizar o esporte através de disputas entre equipes que representavam municípios do interior do Estado. Ao longo dos anos, os embates criaram rivalidades e proporcionaram jogos históricos em diversas modalidades. Em 2012, o Jimi foi aperfeiçoado, dando lugar a um novo formato de competição: os Jogos de Minas, que permitem a participação de times de Belo Horizonte na disputa, antes restrita aos municípios do interior. Em 2014, a grande novidade é a volta da etapa regional e uma nova divisão de municípios. No dia 17, tem início a disputa das etapas microrregionais em Ouro Branco, Pirapora e Ponte Nova. Até o dia 21, centenas de atletas estarão envolvidos nas disputas de basquetebol, futsal, handebol e voleibol, nos naipes masculino e feminino.
Durante toda sua história, os jogos consagraram equipes, atletas e deixaram sua marca por onde passaram. Ex-atleta de handebol, a educadora física Daniela Souza, 27 anos, esteve presente em 12 edições dos jogos. Ela representou as cidades de Arcos, Vespasiano e Luz no evento. Em 2006, Daniela obteve o melhor resultado, chegando ao vice-campeonato estadual. Atualmente técnica esportiva, ela afirma que ganhou experiência graças aos Jogos de Minas. “Foi jogando o Jimi de 2005 por Arcos que fui convidada para jogar por Vespasiano, onde tive a oportunidade de disputar campeonatos mineiros, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro Júnior de Handebol, o que me trouxe uma experiência muito importante como atleta e como técnica”.
Já a analista fiscal Carolina Nasta, de 31 anos, disputou os Jogos de Minas em 14 edições entre 1997 e 2012. No primeiro ano, como atleta de handebol, e de futsal, nos anos seguintes. Em 2013, após deixar a carreira de atleta, ela também participou da competição, mas como anotadora da Federação Mineira de Futsal.
No período em que atuou nos Jogos, Carolina representou equipes das cidades de Pedro Leopoldo, Santa Luzia, Betim, Ipatinga, Caratinga, Ouro Branco e colecionou medalhas. “Nunca fui campeã estadual, mas já cheguei bem próximo, como em 2005, quando fui vice, e 2012, quando ficamos em terceiro. Disputei o Jimi quando eram quatro fases, com divisão A e B, e com apenas etapas regional e estadual”, comenta sobre as mudanças na fórmula de disputa dos jogos ao longo dos anos. Para a ex-atleta, disputar a competição foi fundamental para seu desenvolvimento. “Joguei futsal durante 15 anos e atuei em 14 edições dos jogos. Aprendi muito como atleta, aprendi a trabalhar em equipe e respeitar as limitações de cada um. Fiz inúmeras amizades e isso tudo eu levo comigo para sempre”, garante.
Com a evolução do Jimi para Jogos de Minas, Carolina vê uma melhoria no nível da competição. “No futsal feminino, especialmente, melhorou muito, pois quando BH não participava, a maioria das atletas das equipes da capital eram contratadas para reforçar alguns times do interior que acabavam se destacando”, lembra.
Dentre as histórias que traz consigo, Carolina tem a lembrança do Jimi 2005. “Era a primeira vez que Pedro Leopoldo chegava à final da última etapa dos Jogos. A partida foi contra o time de Governador Valadares. Perdemos de 8 a 4, mas foi um jogo inesquecível, uma lembrança que guardo até hoje, pois, pela primeira vez uma equipe de Pedro Leopoldo chegou tão perto do título. Fizemos história aqui na cidade”, comenta.
Para os próximos anos dos Jogos de Minas, a expectativa é de crescimento da competição. “Acredito que se mantiver a forma de disputa e classificação como neste ano de 2014, será mais interessante para as equipes, uma vez que as chances de classificação aumentam por ter mais etapas e classificarem mais equipes em cada uma delas”.
Para o secretário de Estado Adjunto de Turismo e Esportes, Rogério Romero, os Jogos de Minas chegam aos 30 anos como uma das mais tradicionais competições do estado. “Os Jogos começaram há três décadas para movimentar o esporte mineiro no interior e fez história. Com a entrada das equipes de Belo Horizonte, em 2012, a competição mudou um pouco, mas para melhor”, ressalta. Segundo ele, a transição de Jimi para Jogos de Minas foi benéfica. “O Jimi nasceu como um evento de esporte de participação e, hoje, com os Jogos de Minas, o perfil é de esporte de rendimento, com atletas federados e equipes de alto nível. Essa mudança proporciona uma melhoria no nível técnico, uma vez que os Jogos vêm sendo encarados com mais seriedade e profissionalismo por parte dos participantes”. Para o futuro, o secretário projeta a continuidade do trabalho desenvolvido. “Nosso objetivo é o incentivo à prática esportiva em todas as regiões do Estado e fazer dos Jogos de Minas, cada vez mais, uma vitrine para que surjam esportistas que possam representar Minas Gerais e o Brasil nas principais competições do mundo”.

2014. Neste ano os Jogos de Minas apresentam novidades com relação aos dois últimos anos. A edição 2014 do evento conta com a volta das etapas regionais, que não foram realizadas em 2012 e 2013. Dessa forma, os Jogos de Minas passam a ser disputados pelas equipes do interior em três fases: etapas microrregional, regional e estadual, sendo esta última realizada em dois momentos: uma para as modalidades coletivas e outra para as individuais e paralímpicas. Os times da capital disputam a etapa BH entre si, e os campeões classificam-se para a fase estadual. A partir deste ano, entra em vigor ainda a alteração na divisão de municípios entre as regionais estabelecidas pela comissão organizadora dos jogos.
Anteriormente, a separação de cidades obedecia às regiões de planejamento definidas pelo Governo de Minas. Pela nova divisão, que busca facilitar a logística e o acesso entre os municípios, os Jogos de Minas contarão com oito microrregionais – Triângulo, Centro, Sul, Centro Oeste, Jequitinhonha, Norte, Vale do Aço e Zona da Mata. No sistema de disputa dos Jogos de Minas em 2014, os campeões microrregionais classificam-se para as fases regionais e os vencedores disputam a etapa estadual com os primeiros colocados da etapa BH nas modalidades coletivas – basquetebol, futsal, handebol e voleibol.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Inscrições estão abertas para os mineiros verem a Taça da Copa do Mundo



Belo Horizonte receberá a visita da taça da Copa do Mundo Fifa 2014 nos dias 28 e 29 de abril. A ação faz parte de um tour do troféu por todas as capitais do país. Para conhecê-lo de perto, é necessário se cadastrar no site da Coca Cola. As visitas acontecem com horário agendado. Serão distribuídos 7.505 ingressos que darão direito a um acompanhante e à permanência de 30 minutos no local da exposição da taça. Nos dois dias do evento, que será realizado no Shopping Del Rey, o troféu estará disponível para visitação das 9h às 21h.
Esta será a terceira vez em que a taça original da Copa do Mundo da Fifa rodará o mundo. Durante o percurso, realizado desde setembro de 2013, o troféu passará por 88 países em 267 dias. A jornada teve início no Rio de Janeiro e finaliza seu itinerário em São Paulo, no dia 29 de maio. A distância total percorrida pela taça será de 149.576,78 quilômetros, equivalente a mais de três vezes a circunferência da Terra. Em todas as cidades, o público terá a oportunidade de tirar uma foto ao lado da taça e de conferir uma animação especial mostrando momentos inesquecíveis da Copa do Mundo, além de exposições interativas e outras atrações.